Se eu tivesse que chorar, chorava no meio da rua, ah meu deus que ingenuidade a sua. quando ela veio todos se levantaram. ela sentou-se, senhora de todos, e começou a entoar um samba antigo. amigas vozes se atordoaram no tecido da música, dela mesmo é que falavam, e ela se sentiu extasiada e prestigiada.
Eu prefiro contar antes sobre o morro. Era bem assim, nos sábados aleluia era o samba cantado, e o Homem era completo. A rua era tomada por moleques, pelo cheiro de fritura com asfalto quente e resíduo de pobreza. Um número bonito de gargantas chorava cantando em vibração consorte à do bandolim. Cuíca pagava pra ver, Todo respondia e não havia o que não sorrisse. E era bonito ver uma cor em cada casa, menos marrom e preto, que davam azar. Quando o por-do-sol buscava os tetos um vate qualquer, Bilac do subúrbio, distraído em sua estrela do cruzeiro, dedilhava o mi primevo. Cavaco pra valer. Quanto a mim? Nem olhei, me miraram. Tchum. Isso dava matéria de jornal, ou também pesquisa acadêmica.
Ela continuava sombria e cativante na sua cadeira quantos mais se curvavam adiante, ela nunca se importava, queria somente a mesa, aquela, aquele povo para sempre - ela nunca se esquecia. Ah, este cheiro de café que me mata e a gente ria bastante, não era sempre que ela vinha sorridente, embora amasse o barulho da gente, o fuá da praça onze.
A preferida das massas, a Derradeira. Sorriu para Cartola e ensaiou a melodia de juízo final, do Vanzolini. Ah, que beleza... Satanás fritando a bicha!!!!
domingo, 11 de dezembro de 2011
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Faria Lima
[Berrini]
Sinal aberto. "Vamo, porra!", onde este lixo acha que está? Só porque quero voltar cedo hoje. Cedo não, antes das nove. Calor... E este ar que não funciona?
[Funchal]
Ela me deu bola de novo hoje. É, Dona Maria, a senhora vai dançar. Aquele relatório mal-feito. Refazer. Já. Aliás, já é o tempo de queimar o Jorge, como erra! A tal laranja podre, não é?... O cara tem família e tal, mas vou fazer o quê?
Hoje, não sei... profiteroles certeza.
[Juscelino]
Bem, pensando bem eu acho que fiz bom proveito do meu tempo. Vejo amigos hoje, cada um com sua época preferida. É engraçado como eu estava na época preferida de cada um deles. Veja bem, não é para me gabar, mas vivi bastante quando não estava nessa loucura. Está compensando. Não sei mais quanto dinheiro eu tenho, mas é tudo muito honesto. Quase. Tudo bem feito, amarradinho. É só ninguém dar com a língua nos dentes. Difícil.
[Faria Lima]
Saudade da Alice. Se pesar direito, nem a vi crescer. A gente aparece, um dia aqui, outro ali. Eles crescem, né... Aí tomam asas, e a gente que tem esta vida atribulada e põe o errado por cima do certo, conta e leva dinheiro
- Pá -
***
Sinal aberto. "Vamo, porra!", onde este lixo acha que está? Só porque quero voltar cedo hoje. Cedo não, antes das nove. Calor... E este ar que não funciona?
[Funchal]
Ela me deu bola de novo hoje. É, Dona Maria, a senhora vai dançar. Aquele relatório mal-feito. Refazer. Já. Aliás, já é o tempo de queimar o Jorge, como erra! A tal laranja podre, não é?... O cara tem família e tal, mas vou fazer o quê?
Hoje, não sei... profiteroles certeza.
[Juscelino]
Bem, pensando bem eu acho que fiz bom proveito do meu tempo. Vejo amigos hoje, cada um com sua época preferida. É engraçado como eu estava na época preferida de cada um deles. Veja bem, não é para me gabar, mas vivi bastante quando não estava nessa loucura. Está compensando. Não sei mais quanto dinheiro eu tenho, mas é tudo muito honesto. Quase. Tudo bem feito, amarradinho. É só ninguém dar com a língua nos dentes. Difícil.
[Faria Lima]
Saudade da Alice. Se pesar direito, nem a vi crescer. A gente aparece, um dia aqui, outro ali. Eles crescem, né... Aí tomam asas, e a gente que tem esta vida atribulada e põe o errado por cima do certo, conta e leva dinheiro
- Pá -
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