sábado, 15 de outubro de 2011

Ética de Samurai II

Inimigo é todo senhor contrário ao seu senhor.


"Quando Shoji me disse que havia se corrompido, tive vontade de matá-lo. Ao menos, submetê-lo. Trair é atributo dos fracos, e não me constava motivo suficiente para que minha irmã recebesse esse castigo. O meu senhor é um homem inteligente, disciplinado e justo. Comuniquei-lhe a minha revolta e ele disse que Shoji agira de forma dúbia: estava certo e errado. Certo porque, se o fizera, é porque minha irmã o deixara dispersar; errado, porque ele agira contra o amor em seu próprio domínio.


Concluí que estava eu também sujeito à desonra quando percebi a criada Mitiko ouvindo, por detrás do biombo, nossa conversa. Tive vontade de atravessá-la com minha espada. Em minha mente o mal crescera, tomara forma de dragão, e já se alinhava como injustiça, tal qual uma linha de ataque em formação. Shoji, que era mais fraco do que eu, compunha esse exército, e eu me vi disperso a seu lado. Tentei a todo custo matar sua sombra no meu delírio."

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