sábado, 17 de setembro de 2011

Vela acesa

Que fique bem claro: odeio a grande maioria blogs e mesmo o ato de criá-los. Não gosto mesmo da ideia de visitar ou desejar que alguém visite uma página pessoal com a finalidade única de desprezar o trabalho alheio ou, pior, em glorificar-se (a si ou ao outro) pela enxurrada de sensaboria e frivolidade que grassa neste meio. Acontece que há coisas que precisam ser ditas de alguma forma. Coisas que o próprio papel não pode reter.


Este é um blog de poesia em potencial. É o oxigênio comburente de ideias que morreriam no subsolo. É uma vela acesa em Marte, pouca gente a verá. E é bom mesmo que seja assim. Seria o final mais poético para uma força que já não encontra eco no universo desde Baudelaire.


Abjetamente, muito prazer.
Fernando M.

3 comentários:

  1. é no mínimo interesse, fernandinho, esse seu texto de inauguração. há forma mais contundente de negação que se utilizar da própria coisa? que se colocar face a ela e dizer de sua insuficiência? é o que faz o poeta, afinal, o tempo todo, com a palavra - "não há palavra/ que diga a dor humana". a ironia, a contradição, são, mesmo, belas. e me confirmam que adentramos numa hipermodernidade, em contrapartida desses "pós" todos. (...) melhor que tratar da vaidade que preenche a raça e da igual superficialidade, é a ausência da modéstia (falsa, convenhamos), pois a facilidade de tê-la, creio, se recolhe aos célebres, quero dizer, aos que parecem (ou se acreditam). não sei em que proporção concordo com a última afirmação que faz neste apresentar, pois negaria, de certo modo, a poesia em potencial, como você mesmo diz e, por consequência, o que suscita nessas almas que dela se alimentam, quando não estão nem se encontram, mas são o próprio mar à deriva.

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  2. é engraçado que haja tanta poesia em potencial e tantos, como eu, que se abriguem na facilidade de negar o que se faz de fato. não sei o que é este blog: se é poesia, anti-poesia, parapoesia, ou lixo. É uma coisa que em se negando se afirma. na dúvida, fico com o bíblico "vaidade de vaidades, tudo é vaidade".

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  3. "Depois que eu me chamar saudade
    Não preciso de vaidade
    Quero preces e nada mais".
    Logo, este blog é um lixo. No sentido do não-valor que possui.

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